Há muitos anos, uma mãe norte-americana escreveu a Freud, o criador da psicanálise, sobre sua aflição acerca da homossexualidade de seu filho. Ela buscava, em 1935, a cura gay. Eis a resposta de Freud:
Carta a uma mãe preocupada com a homossexualidade de seu filho
Prof. Dr. Freud
Viena IX., Berggasse 19
9 de abril de 1935
“Prezada Sra. [———]
Depreendi de sua carta que seu filho é homossexual. Fiquei mais impressionado pelo fato de que a senhora mesma não menciona esse termo em sua informação sobre ele. Posso perguntar por que o evita?”
Freud, um homem esclarecido, a frente de seu tempo, definiu a relação homoafetiva:
“A homossexualidade certamente não é uma vantagem, tampouco é algo de que se envergonhar, não é nenhum vício, nenhuma degradação, não pode ser classificada como doença…”
Ele, Freud, atento aos preconceitos da época e até hoje vigentes, se posicionou:
“É uma grande injustiça, e também uma crueldade, perseguir a homossexualidade como se ela fosse um crime.”
Freud pensou e se questionou sobre como poderia ajudar, entendendo que a mãe aflita queria abolir a homossexualidade do filho. Concluiu que não alcançaria tal resultado e esclareceu:
“Aquilo que a análise pode fazer pelo seu filho segue uma linha diversa. Se ele é infeliz, neurótico, acossado por conflitos, tem sua vida social inibida, a análise pode aportar-lhe harmonia, paz de espírito, eficiência total, quer ele siga sendo um homossexual ou tenha mudado.”
…Freud
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